Foi o ‘’amor à primeira vista’’ de Pedro Martins por Freixo de Espada à Cinta, terra de encantos e lendas, que fez nascer os vinhos Quinta dos Castelares. ‘’Vinhos únicos, com presença, que espelham o potencial brutal deste terroir’’, segundo Pedro, que acrescenta: ‘’são a minha visão do que é um vinho’’.
Pedro conheceu a mulher, Sandra Caldeira, que é de Freixo de Espada à Cinta, quando estudava no Porto, e depois de ela lhe apresentar esta terra nunca mais quis sair. Em 2010 este engenheiro mecânico desafiou a família, mais precisamente o sogro, proprietário da Casa Agrícola Manuel Joaquim Caldeira, que já sonhava ter uma marca de vinhos, para este projeto.
A quinta, com cerca de 100 hectares, situa-se no concelho de Freixo de Espada à Cinta, na margem direita do rio Douro, e é composta por diferentes vinhas, onde se procura tirar partido das especificidades de cada localização. Na Vinha do Almirante, por exemplo, encontram-se as vinhas velhas, com mais de 40 anos, plantadas sob a orientação do Engenheiro Gastão Taborda, um ‘’herói desconhecido’’ da viticultura Duriense, com as principais castas tintas do Douro, destacando-se a Touriga Nacional.
Mais perto do rio, na vinha da Congida, onde as uvas atingem maiores maturações, estão plantadas apenas castas tintas, e nas zonas com mais altitude estão as castas brancas viradas para Norte, orientação essa que deu o nome a uma das recentes novidade da Quinta dos Castelares, o vinho branco Vinhas a Norte.
Crescer como pessoa e como produtor de vinhos
Num projeto como este é natural que se encontrem dificuldades, sendo que a maior de todas, para Pedro Martins, é ‘’perceber como funciona o negócio dos vinhos e todo o processo legal à volta’’, explica, acrescentando que ‘’a maior dificuldade não é produzir bom vinho, porque isso depende das uvas, a dificuldade é comercializá-lo, fazer as pessoas acreditarem neste projeto, na paixão de duas pessoas por Freixo de Espada à Cinta’’.
O vinho Quinta dos Castelares é biológico porque Pedro não tem dúvidas sobre o papel da ação humana nas alterações climáticas e como tal acredita que tem o dever de fazer alguma coisa para reduzir o impacto ambiental. ‘’Lembro-me de quando tínhamos quatro estações ao longo do ano, agora podemos ter essas mesmas estações em três dias. Acontece termos 30 graus a uma segunda-feira e no dia seguinte 15 graus’’, exemplifica. Assim, acredita que por muito pequenos que sejam podem fazer a diferença e provar que é possível fazer grandes vinhos biológicos.
Vários dos navegadores que ajudaram Portugal a dar novos mundos ao mundo nasceram em Freixo de Espada à Cinta e muito desse legado, que está presente na arquitetura manuelina que domina o centro histórico, serviu de inspiração para os rótulos dos vinhos Quinta dos Castelares.
Quisemos saber se Pedro é um desses ‘navegadores’ dos tempos modernos que quer levar os vinhos da Quinta dos Castelares pelo mundo. ‘’O meu objetivo é crescer como pessoa e como produtor de vinhos’’, respondeu, ‘’trabalhamos todos os dias para fazer o melhor dos melhores’’.
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