TUA VINHARIA
 
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Uma referência na Beira Interior

Fomos vistar a Quinta dos Termos no dia em que começaram a vindimar uma das parcelas, mas quando chegámos já toda a gente tinha saído por causa da chuva intensa que caiu nessa manhã.
Felizmente a tarde pôs-se solarenga e pudemos conhecer a quinta detalhadamente. Pedro Carvalho apresenta-nos as parcelas de vinha como se fossem família: ‘’Ali está a Fonte Cal, a seguir o Rufete, depois o Marufo. Ali ao fundo estão uvas de mesa que costumamos oferecer a quem nos visita, mas ainda não estão prontas’’, esclarece.
As últimas uvas a ser vindimadas serão as Tinto Cão e Baga, as que exigem solos mais ricos e que, por isso mesmo, estão cultivadas nas zonas mais baixas, para receberem mais matéria orgânica. O Petit Verdot é plantado na nascente da quinta e na zona mais quente, na inclinação a sul, está o Syrah.
Mesmo para quem não tem qualquer conhecimento de viticultura é fácil perceber que ali nada foi deixado ao acaso (e mesmo as crianças, que preferiam estar na piscina do hotel, ficam entusiasmadas com a língua pintada pelas uvas Vinhão e a doçura das Fonte Cal). 
Esse cuidado e a aposta na qualidade é uma das características de João de Carvalho, o proprietário da Quinta dos Termos, como nos conta o filho. ‘’Não há nada que o meu pai faça, que não se torne rapidamente um sucesso’’, confidencia Pedro Carvalho.  Mesmo sem nunca ter pensado fazer vinho, a verdade é que desde a primeira vinificação, em 2001, a Quinta dos Termos não tem parado de crescer. Neste momento são 18 castas tintas e seis brancas cultivadas em 180 hectares, mas quando João Carvalho herdou a quinta dos pais, estava longe de pensar que iria dedicar-se à agricultura, depois de ter trabalhado na área em que se formou, a engenharia têxtil – Além de ter estado ligado ao ensino superior, foi professor mais de 20 anos, fundou a Fitecom, uma empresa pioneira na área têxtil. 

Inovação e qualidade

Quando João Carvalho voltou à quinta onde cresceu não tinha a certeza do que fazer. Começou por dispensar os arrendatários e a trabalhar nas plantações que subsistiram. Em 1997 decidiu apostar na vinha e vender as uvas à Cooperativa da Covilhã. 
Tratando-se de um empresário que não deixa nada ao acaso, apostou desde logo na qualidade e para isso contratou Francisco Santos, responsável da área de viticultura na Beira. Depois foi a vez de Virgílio Loureiro, um dos maiores especialistas de vinho, se juntar ao projecto e avisar, no ano 2000, ‘’que era um crime entregar aquelas uvas na Cooperativa’’, conta Pedro Carvalho.
Foi assim que em 2001 saiu para o mercado o primeiro vinho com a marca Quinta dos Termos e com Denominação de Origem Controlada (DOC).
‘’Em 2001 saiu o nosso primeiro vinho, em 2002 fizemos também um branco e em 2003 começamos a fazer o que ainda fazemos hoje, ou seja, a vinificar casta por casta. As primeiras foram Fonte Cal e Rufete’’, esclarece Pedro e acrescenta: ‘’o esmagador desengaçador é o mesmo dessa altura’’.
Pode dizer-se que aliar o conhecimento e a tecnologia sempre foi o ponto forte deste empresário que fez questão de investir na sua região, apostando, por exemplo, na plantação de castas típicas como a Fonte Cal, recorrendo à selecção clonal que também permitiu, o ano passado, a primeira colheita de uma casta em vias de extinção, a Callum, um ex-libiris do distrito de Castelo Branco.
Pedro Carvalho, com um percurso académico que passou por uma licenciatura em Economia, graduação em Wine Business e Mestrado em Viticultura e Enologia na FCUP/ISA, segue orgulhosamente as pisadas do pai e procura levar os vinho das Quinta dos Termos até ao infinito e mais além.

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