Todos estaremos recordados da esperança que sentíamos há um ano. No final de 2020, um ano bizarro, intenso e confuso, olhávamos para 2021 com uma esperança desmesurada. Como se nada pudesse ser repetido, como se tudo fosse voltar ao normal, como se 2020 tivesse sido apenas uma cena estranha. Mas 2021 revelou-se num dejá vú, numa falha no Matrix, mas em versão reloaded. Disponível para IOS e Android e, infelizmente, como se lançada em simultâneo na Netflix, HBO, Disney plus, canais generalistas e pior, na vida real.
Confesso que nunca, nunca, me apeteceu desistir, como em alguns momentos de 2021. Mas o pior é que parecia apenas birra porque na verdade nem sabia do que me apetecia desistir.
E seguimos. Ora confinados, ora isolados, ora animados, ora embriagados, mas cá chegamos ao final deste ano… afinal pior do que o antecessor. Não farei desejos para 2022 nem uma lista de vinhos a provar, nem sítios a visitar. Que são as experiências, em pé de igualdade, que me alimentam os passos.
Mas é impossível olhar para estes 365 dias e não agradecer. Estar sentado na TUA VINHARIA e dar-lhe voz perguntando: Então, que memórias guardas tu de 2021?
2021 começou com a visita aos campos de masseira com o Ricardo. Voltámos às edições do Porto Calling, oportunidade rara de rever amigos, estivemos em isolamento profilático e por isso 15 dias de portas fechadas, mas voltamos a tempo da Páscoa. Começámos a festejar aniversários, uns atrás dos outros. O meu, o da Calita, o da Beatriz, o do Nicolau, o do Isaac, o do pequeno Alexandre, o do (doutor) amigo Fernando, o do Alfredo, o do Fortes e do Mendonça de Alvites. No caso do aniversário do Fortes tivemos sala cheia para o primeiro concerto na Tua Vinharia. Eu que ouço as músicas do Fortes desde 1988 jamais poderia imaginar que ele decidiria celebrar um aniversário assim. Com um concerto em minha casa.
Bebemos tantos vinhos excelentes que nem me atrevo a listar. Celebrámos o segundo aniversário da TUA VINHARIA com amigos, clientes e fornecedores. Durante uma semana. Foi um ano inteiro a provar as coisas boas da Ophelia, do Bo.Ca, do Bichopão e da Ribamar. Visitámos as Caves da Cerca, a AJTS, a Quinta dos Termos, a Quinta dos Montes e visitámos Provesende e conhecemos a família Tojal e a adega do Provezaide.. E, e, finalmente tivemos o nosso 1º jantar vínico na Adega de São Sebastião com a Quinta dos Termos.
Em 2021 iniciámos também com a Lavorada um workshop maravilhoso. A Agulha Vai Torta. O workshop de tricot mais cool de sempre com tantas e tantas reuniões à volta das agulhas e sempre bom vinho a acompanhar.
Foi o ano que esperávamos? Às tantas não. Às tantas até foi melhor. Não me saiu o Euromilhões, nem a facturação da empresa me deixa acordar sem sobressaltos. Mas às tantas, às tantas, todas as coisas boas que vivemos por causa da Tua Vinharia deveriam valer mais do que o resto*.
O único desejo pequenino é que possamos finalmente activar o grupo excursionista e ir a Arcossó. Nem é pedir muito.
Não deixemos de ser felizes.
* filhos e família à parte, claro, que isso, sabemos todos, é o mais importante e daria azo a tantas mais linhas de escritura.
Jaime
